Há momentos
sexta-feira, 24 de abril de 2009
O Espírito da Razão
Há momentos
A tua Paz...
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Macacos me Mordam!
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Alô ! Não há novas para lhe contar...
Alô! Não há novas para lhe contar
apenas desejo de lhe falar
Alô! Não há novas para lhe contar
somente vontade, sei lá!
Todos os Caminhos se Cruzarão no Infinito
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Pão, miséria não!
Teus olhos, em nós
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Tanta turbulência...
terça-feira, 14 de abril de 2009
Viagem
Que as águas lavem a minha ignorância...
Aprendi algumas coisas importante ao longo desses anos.
Sempre me guiei muito pela emoção e conclui que é uma roubada;
Esse mundo é imperfeito e temos que manter a mente clara e o coração aberto, mas sem perdermos o foco da realidade;
Temos que conduzir nossa vida, não sermos conduzidos;
Temos que controlar nossa energia e não sermos controlados por ela;
Temos que abrir nossa consciência encarando a impermanência de frente, dominando nosso medo e nunca, nunca sermos dominado por ele;
Somos os senhores do nosso tempo e espaço, até que o tempo se escoe e o espaço se torne infinito...
08/09/08
domingo, 12 de abril de 2009
Simples, como o sorriso do herói...
Não tenho feito outra coisa nos últimos tempos senão buscar a essência,
redescobrir o poeta , que embora louco quer tão pouco, viver...
No arco do tempo, lanço no espaço meus pensamentos,
espero,
olhando as estrelas,
que devolvam,
meus sentimentos,
minha calça está manchada,
meus sapatos estão velhos,
tenho um Chaplin dentro de mim...
Meus heróis estão desfeitos,
Dalai Lama,
sua careca me inspira,
sua verdade,
me chama,
na verdade,
preciso encontrar outro herói,
que sorria muito
e me lance no espaço,
junto com meus pensamentos
(12/02/2009)
sábado, 11 de abril de 2009
Essa alma quer reza!
Para aqueles que olham e apontam mais para meus defeitos
Quero dizer que aceito
O fato de que só serei perfeito
No dia em que deixar de ser
Para os olhos que me vêem distante
Sugiro que fixem o olhar por mais um instante
Até que surja a imagem pulsante
Do amor incondicional
Para os amantes da superfície
Que sofrem tanto com os dias difíceis
Lembro que as águas da impermanência
Ainda virão para tudo levar
Para as almas que querem reza
Admito que a idade pesa
Mas sempre buscarei forças
Para nunca deixar de rezar
14/03/2009
Visão do amor
Não tenho tempo
Nessa manhã
Pingam os minutos
Na minha janela
Pela manhã
Tudo se faz
Em nome do amor
Distraio os sentidos
Buscando um sorriso
Ela já não entende as coisas
Que nunca entendeu
Procuro meus olhos
Devolvam meus olhos!
Quero enxergar
A cor da sua íris
Os cabelos da sua alma
Não tenho tempo
Na minha janela
Tudo se faz
Buscando um sorriso
Procuro meus olhos
Pela manhã
Em nome do amor
24/02/2006
Ex Poente
As vezes tento mencionar um poente
e senti-lo é melhor
calado
vendo e vivendo o momento
do melhor poente
e sabendo
que esse estado de coisas
não é para sempre
não é permanente
que paira a dúvida
junto da crueldade
e que um momento que se perde
não tem preço
nem medida
pra nossa bondade
pois quando se escolhe uma escolha
não se mede a quantidade
se mede a qualidade
ser um homem bom não é escolha
é destino do alvejado
tiro certeiro em alvo parado
encanto de uma alma bendita
que chegou de tanta malícia
que batalha contra a preguiça
e descobriu ter um corpo sagrado
capaz de amar
trabalhar
brincar e viver
sem parar de crescer
por esse tempo mundo afora
saber conduzir sua lanterna
e saber dividir sua luz
ser homem é fácil
o difícil é ser homem fácil
velozmente
velozmente
estamos aqui
e de repente
o ali nos chama
e nós partiremos
mas deixaremos sementes
e quem sabe seremos nós mesmos
o próximo poente.
1976
Sabemos o que iremos colher, quando conhecemos as sementes
Caminhando pelos campos do passado distante, encontrei alguém esperando por mim. Era um homem que dormia à beira de um riacho, confortavelmente sobre a relva fresca, embalado pela brisa suave e pela musica perfeita dos pássaros.
Esse homem sonhava e no seu sonho encontrava-se com alguém em um tempo e lugar estranhos. Encontrava-se comigo. Caminhávamos sobre a areia do deserto, sob o sol escaldante. Buscávamos água para saciar nossa sede, para banhar nossos corpos. Nenhuma brisa, nenhuma ave para mostrar-nos o caminho, somente o céu, o deserto e a areia sob nossos pés.
A noite chegou, o deserto tornou-se frio e adormecemos.
Sonhei com o tempo, milhões de anos se passando, as guerras e divindades se sobrepondo, uma a uma, formando camadas, sedimentos da existência humana.
Sonhei com risos e gritos, dor e alegria, desespero e êxtase, numa cadeia de horas, dias anos e milênios, onde cada fato dava sentido ao próximo, perdendo o próprio sentido.
Despertei. A brisa beijava suavemente o meu rosto e a música perfeita da água do riacho era entrecortada pelo canto suave dos pássaros. Olhei para minhas mãos, repletas de relva e me descobri velho, tão velho quanto meu avô, quando o conheci aos quatro anos.
E assim é o nosso planeta, a casa das nossas sucessões, dos campos, dos desertos, do tempo correndo como o riacho, na dimensão que conhecemos.
Não há resposta que já não esteja escrita, código que não tenha sido decifrado, passado que já não tenha sido futuro, como uma imagem fantástica que percorre minha lembrança, através de um filme, do grande cinema, do mestre Ingmar Bergman : “O sétimo selo” .
Após dez anos de lutas, um cavaleiro retorna das Cruzadas e encontra o país assolado pela peste negra. Mergulha em uma crise existencial, passando a questionar sua fé e o próprio significado da vida. A Morte surge, na figura lúgubre de um homem, com o firme propósito de levá-lo, pois era chegada a sua hora. O cavaleiro quer um pouco mais de tempo e convida-a para uma partida de xadrez. Se ele ganhar ele fica, se perder partirá com a Morte, que naturalmente aceita o desafio, pois nunca perde.
Século XIV, é a época onde transcorre a narrativa de O Sétimo Selo. Representa o ápice da crise do sistema feudal, através da combinação de "guerra, peste e fome", que juntamente com a morte, simbolizam os "quatro cavaleiros do apocalipse" no final da Idade Média.
A decadencia do feudalismo, tem início no século XI e resulta de problemas estruturais, quando a elevada densidade demográfica na Europa, determinou a necessidade de crescimento na produção de alimentos, levando os senhores feudais a aumentarem a exploração sobre os servos, que iniciaram uma série de revoltas e fugas, agravando a crise já existente.
As cruzadas entre os séculos XI e XIII representaram um outro golpe para o sistema feudal, já que os seus objetivos mais imediatos não foram alcançados: Jerusalém não foi reconquistada pelos cristãos, o cristianismo não foi reunificado, e a crise feudal não foi sequer minimizada, já que a reabertura do mar Mediterrâneo promoveu o Renascimento Comercial e Urbano, que já sinalizam o "pré-capitalismo", na passagem da Idade Média para a Moderna.
“Guerra, peste e fome", marcas do século XIV, afetaram tanto o feudalismo decadente, como o capitalismo nascente.
A guerra dos Cem Anos (1337-1453) entre França e Inglaterra devastou grande parte da Europa ocidental, enquanto que a "peste negra" eliminou cerca de 1/3 da população européia. A destruição dos campos, assolando plantações e rebanhos, trouxe a fome e a morte.
Nesse contexto de transição do feudalismo para o capitalismo, além do desenvolvimento do comércio monetário, surgiram transformações sociais, com a projeção da burguesia, políticas com a formação das monarquias nacionais, culturais com o antropocentrismo e racionalismo renascentistas, e até religiosas com a Reforma Protestante e a Contra Reforma.
“Sabemos o que colheremos quando conhecemos as sementes.”
Essa é a moral da “história”. Não há resposta que já não esteja escrita, código que não tenha sido decifrado, passado que já não tenha sido futuro.
Não é o planeta Terra que pede socorro, somos nós , filhos desgarrados que perderam o caminho de casa.
Vivemos em uma eterna adolescência existencial, apesar de tanta história sob nossos travesseiros.
Precisamos evoluir, adquirir responsabilidade sobre o que praticamos.
O aquecimento global é nada se comparado ao congelamento de nossos corações.
A noção de humanidade foi corrompida pela primeira esmola que se deu, pelo primeira bala perdida no tempo.
O instinto de auto preservação foi ultrajado, com a primeira floresta derrubada, com a primeira queimada.
Verde que te quero matas,
Amarelo que te quero ouro, para todos,
Branco que te quero paz,
Azul que te quero céu, que te quero mar, que te quero rios,
Ordem que te quero nova,
E Progresso, que te quero humano.
Publicado na Revista Kapa - 11/07/2007