Eu sei, eu sonho com você olhando para o horizonte e eu tenho minha liberdade para morrer e sonhar Olho para a sua sombra na areia suas pegadas e volto a sonhar com os primeiros encontros com a paixão com seu olhar e eu tenho minha liberdade para morrer e sonhar Faça eu sentir-me melhor que eu lhe farei sonhar não tenho mais tempo preciso lhe dizer o que esteve guardado o que partiu com o vento Procurei através do tempo e você me mostrou com um simples olhar o que eu nunca imaginei e eu tenho minha liberdade para morrer e sonhar Eu sei, sonhar com seus passos subindo a rua e o sorriso do primeiro olhar Me faça viajar na sua estrada e eu lhe farei adormecer Sou o mesmo e sempre tive minha liberdade para morrer e sonhar 24/11/2009; 21/03/2010
É bom sempre que possível olharmos para dentro de nós mesmos e buscarmos sob o manto da nossa escuridão a luz das nossas virtudes O que pensamos o que falamos o que fazemos de bom para o mundo não para nós mesmos Quando falamos Mundo devemos pensar no Todo seres humanos animais vegetais na água na terra no ar O que respiramos? De que nos alimentamos? Com quem convivemos? Sobre o que falamos? O que deixamos após cada encontro? Semeamos e colhemos diariamente em nosso campo de méritos Se hoje semeamos pouco nossa colheita futura não será generosa Se nossas sementes são saudáveis e abundantes teremos fartura na próxima estação É preciso perceber que tudo está aí O modelo nos é mostrado diariamente pela própria Natureza Basta enxergarmos através da luz das nossas virtudes enquanto temos tempo enquanto os dias correm como as águas de um rio que nos leva irremediavelmente ao mar da inexistência
Pode ser que o amanhã não chegue mais a ser hoje tudo poderá ser passado apenas a lembrança somente os retratos quem sabe saudades Pode ser que alguém goste do que escrevo ou não talvez encontrem sentido quando parar de escrever "palavras ditas ao vento não foram ouvidas por dentro..." Pode ser que o sentido fique claro quando dominarmos a escuridão e milhões de planetas se alinharem em comum acordo com a inexistência em sincronia com a grande ordem do universo Pode ser que olhemos uns para os outros e nos enxerguemos como grãos do mesmo deserto vidas de uma única vida energias de um mesmo movimento e então seremos plenos Pode ser que sejamos plenos pelo que somos não pelo que temos
Se insisto nesse olhar sobre as coisas, sobre o mundo urso polar, gêlo derretido, chuva, encontros e desencontros em um planeta cansado Se o que era longe ficou perto, nunca nada foi distante apenas não conseguimos enxergar Se em 1981 estava em La Paz, olhei para o Chacaltaya, fiquei maravilhado com seu manto branco de neves "eternas" e pensei em ir até lá, mas preferi deixar para outra hora, outra vez... Hoje lamento meu engano, pois só restou a montanha, a neve se foi, escorreu morro abaixo, como lágrimas caladas, aquelas, de profunda dor. Se desejo entender o tempo que corre veloz, as horas que voam e escapam pelo ralo da impermanência, apenas confirmo que meu olhar sobre as coisas, sobre o mundo, insistentemente é o mesmo, desde o primeiro olhar