terça-feira, 24 de novembro de 2009

Morrer e Sonhar, dentro do seu olhar...


Eu sei, eu sonho com você
olhando para o horizonte
e eu tenho minha liberdade
para morrer
e sonhar
Olho para a sua sombra na areia
suas pegadas
e volto a sonhar
com os primeiros encontros
com a paixão
com seu olhar
e eu tenho minha liberdade
para morrer
e sonhar
Faça eu sentir-me melhor
que eu lhe farei sonhar
não tenho mais tempo
preciso lhe dizer
o que esteve guardado
o que partiu com o vento
Procurei através do tempo
e você me mostrou
com um simples olhar
o que eu nunca imaginei
e eu tenho minha liberdade
para morrer
e sonhar
Eu sei,
sonhar com seus passos
subindo a rua
e o sorriso
do primeiro olhar
Me faça viajar na sua estrada
e eu lhe farei adormecer
Sou o mesmo
e sempre tive
minha liberdade
para morrer
e sonhar


24/11/2009; 21/03/2010

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A Luz por Detrás do Manto


É bom
sempre que possível
olharmos
para dentro de nós mesmos
e buscarmos
sob o manto da nossa escuridão
a luz
das nossas virtudes
O que pensamos
o que falamos
o que fazemos
de bom
para o mundo
não para nós mesmos
Quando falamos Mundo
devemos pensar
no Todo
seres
humanos
animais
vegetais
na água
na terra
no ar
O que respiramos?
De que nos alimentamos?
Com quem convivemos?
Sobre o que falamos?
O que deixamos após cada encontro?
Semeamos e colhemos
diariamente
em nosso campo de méritos
Se hoje semeamos pouco
nossa colheita futura
não será generosa
Se nossas sementes
são saudáveis e abundantes
teremos fartura
na próxima estação
É preciso perceber
que tudo está aí
O modelo
nos é mostrado
diariamente
pela própria Natureza
Basta enxergarmos
através da luz das nossas virtudes
enquanto temos tempo
enquanto os dias correm
como as águas de um rio
que nos leva
irremediavelmente
ao mar
da inexistência

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Pode ser ...


Pode ser que o amanhã
não chegue mais a ser hoje
tudo poderá ser passado
apenas a lembrança
somente os retratos
quem sabe saudades
Pode ser que alguém
goste do que escrevo
ou não
talvez encontrem sentido
quando parar de escrever
"palavras ditas ao vento
não foram ouvidas por dentro..."
Pode ser que o sentido fique claro
quando dominarmos a escuridão
e milhões de planetas se alinharem
em comum acordo
com a inexistência
em sincronia
com a grande ordem do universo
Pode ser que olhemos uns para os outros
e nos enxerguemos
como grãos do mesmo deserto
vidas de uma única vida
energias de um mesmo movimento
e então seremos plenos
Pode ser que sejamos plenos
pelo que somos
não
pelo que temos

domingo, 8 de novembro de 2009

Quando o Chacaltaya Chorou...



Se insisto nesse olhar sobre as coisas, sobre o mundo
urso polar,
gêlo derretido,
chuva,
encontros e desencontros em um planeta cansado
Se o que era longe ficou perto,
nunca nada foi distante
apenas não conseguimos enxergar
Se em 1981 estava em La Paz, olhei para o Chacaltaya, fiquei maravilhado com seu manto branco de neves "eternas" e pensei em ir até lá, mas preferi deixar para outra hora, outra vez...
Hoje lamento meu engano, pois só restou a montanha, a neve se foi, escorreu morro abaixo, como lágrimas caladas, aquelas, de profunda dor.
Se desejo entender o tempo que corre veloz,
as horas que voam e escapam pelo ralo da impermanência,
apenas confirmo que meu olhar sobre as coisas, sobre o mundo,
insistentemente é o mesmo,
desde o primeiro olhar